sábado, 4 de setembro de 2010

Rosa Ramalho OSE (1888-1977) é o nome artístico de Rosa Barbosa Lopes, barrista e figura emblemática da olaria tradicional portuguesa.

Rosa Ramalho nasceu a 14 de Agosto de 1888 na freguesia de São Martinho de Galegos (concelho de Barcelos). Filha de um sapateiro e de uma tecedeira, casou-se aos 18 anos com um moleiro e teve sete filhos. Aprendeu a trabalhar o barro desde muito nova, mas interrompeu a actividade durante cerca de 50 anos para cuidar da família. Só após a morte do marido, e já com 68 anos de idade, retomou o trabalho com o barro e começou a criar as figuras que a tornaram famosa. As suas peças simultaneamente dramáticas e fantasistas, denotadoras de uma imaginação prodigiosa, distinguiam-na de outros barristas e oleiros e proporcionaram-lhe uma fama que ultrapassou fronteiras.

Foi a António Quadros que se deveu a descoberta de Rosa Ramalho pela crítica artística e a sua divulgação nos meios "cultos". Foi a primeira barrista a ser conhecida individualmente pelo próprio nome e teve o reconhecimento, entre outros, da Presidência da República, que em 9 de Junho de 1980 lhe atribuiu o grau de Dama da Ordem de Sant'Iago da Espada. Em 1968 tinha-lhe sido também entregue a medalha "As Artes ao Serviço da Nação".

Sobre a artista há um livro de Mário Cláudio (Rosa, de 1988, integrado na Trilogia da mão) e uma curta-metragem documental de Nuno Paulo Bouça (À volta de Rosa Ramalho, de 1996). Actualmente dá nome a uma rua da cidade de Barcelos e a uma escola EB 2,3 da freguesia de Barcelinhos. Há também a possibilidade de que se venha a transformar a sua antiga oficina, em São Martinho de Galegos, num museu de olaria com o seu nome.

O seu trabalho é continuado actualmente pela neta Júlia Ramalho.

Um comentário:

Fabiano disse...

Magnífico ver como há tantas pessoas que se recordam dessa figura que tanto orgulho dá à nossa família. Aprendi a admirar minha tia-avó Rosa Ramalho depois de crescer admirando meu avô paterno (seu irmão mais novo) Casimiro Barbosa Lopes (ou Casimiro Ramalho, pois era chamado de Ramalho pela minha avó), infelizmente não o conheci. Ele também era ceramista e foi nessa atividade que ele criou os 11 filhos aqui no Brasil para onde foi viver quando saiu de Galegos de São Martinho em 1927. Viva Rosa Barbosa Lopes! Viva Casimiro Barbosa Lopes! Admiração eterna.

Saudações do Brasil!