segunda-feira, 25 de abril de 2011

As liberdades essenciais são três: liberdade de cultura, liberdade de organização social, liberdade económica. Pela liberdade de cultura, o homem poderá desenvolver ao máximo o seu espírito crítico e criador; ninguém lhe fechará nenhum domínio, ninguém impedirá que transmita aos outros o que tiver aprendido ou pensado. Pela liberdade de organização social, o homem intervém no arranjo da sua vida em sociedade, administrando e guiando, em sistemas cada vez mais perfeitos à medida que a sua cultura se for alargando; para o bom governante, cada cidadão não é uma cabeça de rebanho; é como que o aluno de uma escola de humanidade: tem de se educar para o melhor dos regimes, através dos regimes possíveis. Pela liberdade económica, o homem assegura o necessário para que o seu espírito se liberte de preocupações materiais e possa dedicar-se ao que existe de mais belo e de mais amplo; nenhum homem deve ser explorado por outro homem; ninguém deve, pela posse dos meios de produção e de transporte, que permitem explorar, pôr em perigo a sua liberdade de Espírito ou a liberdade de Espírito dos outros. No Reino Divino, na organização humana mais perfeita, não haverá nenhuma restrição de cultura, nenhuma coacção de governo, nenhuma propriedade. A tudo isto se poderá chegar gradualmente e pelo esforço fraterno de todos.

Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'

FIM DE SEMANA DEDICADO ÁS ARTES


domingo, 24 de abril de 2011

25 DE ABRIL

É já na próxima segunda feira, 25 de Abril, que o edifício que faz parte da memória colectiva dos grandolenses abre as portas à população. A inauguração está marcada para as 16h30, seguida de um concerto com Carlos Martins e Pedro Jóia.



Uma obra de requalificação e ampliação, no valor total de 1 milhão e 380 mil euros financiada pelo INALENTEJO, no âmbito do Programa de Regeneração Urbana, que vai devolver ao Centro Histórico da Vila, um dos seus edifícios mais emblemáticos.



O Cineteatro Grandolense e Sede da SMFOG, um edifício do Sec. XVI, tem capacidade para 72 lugares sentados e vai permitir a realização de recitais de música, encontros de poesia, colóquios e seminários. Este é um espaço multifuncional já que apresenta uma estrutura inovadora em que as cadeiras podem ser recolhidas para debaixo do palco, transformando a sala num espaço amplo que permite a produção de pequenas exposições e concertos de carácter mais intimista.



Agendados até ao final de Abril, com inicio às 21h30 estão os espectáculos com o Grupo Coral e Etnográfico Coop (26), Grupo Jovens Acordeonistas de Sant’iago (27), Grupo Coral Polifónico Vozes de Grândola (28), Quarteto Barroco Litoral – Serenata à Noite (29) e Pedro Cardeira Cabral (30).



José Afonso actuou a 17 de Maio de 1964 na Sede da SMFOG, e impressionado com a dinâmica da colectividade compôs a canção “Grândola Vila Morena”, símbolo dos ideais da liberdade, igualdade e fraternidade, e dez anos mais tarde, senha e símbolo do 25 de Abril.



A história do edifício começa em 1568 quando foi edificada a Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Grândola e, contíguo à Igreja, foi mandado construir um hospital no ano de 1603.

A Igreja seria adquirida em 1921 pelo lavrador João Rodrigues, que mandou construir em 1934 o Cine teatro Grandolense, o qual constituiu, durante trinta anos, o principal centro da actividade cultural de Grândola.



O edifício do antigo hospital é desde a década de 1930 a sede da SMFOG – Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, que durante o Estado Novo desenvolveu, uma relevante actividade cultural em defesa dos valores da liberdade e da democracia. Na década de 60 foram promovidos espectáculos, encontros e conferências com importantes figuras da oposição ao regime: Romeu Correia, Alves Redol, Antunes Silva, Lopes Graça, Carlos Paredes e Zeca Afonso.



Este espaço cultural está aberto ao público para visitas de 26 a 29 de Abril das 17h às 19h



Entrada livre nos espectáculos

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Traz Outro Amigo Também - José Afonso

Para Otelo, bastam 800 militares para derrubar um Governo,

Otelo Saraiva de Carvalho ouve todos os dias populares dizerem-lhe que o que faz falta é uma nova revolução, mas, 37 anos depois, garante que, se soubesse como o país ia ficar, não teria realizado o 25 de Abril.

Apesar de estar associado ao movimento dos «capitães de Abril» e aceitar o papel que a história lhe atribuiu nesta revolução, Otelo não esconde algum desânimo.

«Sou um optimista por natureza, mas é muito difícil encarar o futuro com optimismo. O nosso país não tem recursos naturais e a única riqueza que tem é o seu povo», disse, em entrevista à Agência Lusa.

Otelo lamenta as «enormes diferenças de carácter salarial» que existem na sociedade portuguesa. «Não posso aceitar essas diferenças. A mim, chocam-me. Os que se levantam às 5h00 para ir trabalhar na fábrica e na lavoura e chegam ao fim do mês com uma miséria de ordenado?», questiona.

Para este eterno capitão de Abril, o que mais o desilude são «questões que considerava muito importantes no programa político do Movimento das Forças Armadas (MFA) não terem sido cumpridas».

Uma delas era a «criação de um sistema que elevasse rapidamente o nível social, económico e cultural de todo um povo que viveu 48 anos debaixo de uma ditadura».

«Este povo, que viveu 48 anos sob uma ditadura militar e fascista, merecia mais do que dois milhões de portugueses a viverem em estado de pobreza», adiantou. Esses milhões, sublinhou, significa que «não foram alcançados os objectivos» do 25 de Abril.

Por esta, e outras razões, Otelo Saraiva de Carvalho garante que hoje em dia não faria a revolução, se soubesse que o país iria estar no estado em que está. «Pedia a demissão de oficial do exército, nunca mais punha os pés no quartel, pois não queria assumir esta responsabilidade».

«Não teria feito o 25 de Abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos actualmente. Teria pedido a demissão de oficial do Exército e, se calhar, como muitos jovens têm feito actualmente, tinha ido para o estrangeiro», concluiu.

Nova revolução?

Para Otelo, bastam 800 militares para derrubar um Governo, mas «um novo 25 de Abril» só deverá acontecer com a perda de direitos dos militares.

Em entrevista à Agência Lusa, a propósito do livro «O dia inicial», que conta o 25 de Abril «hora a hora», reconhece que, ao contrário da sociedade em geral, os militares não têm demonstrado grande indignação pelo estado do país.

«Os militares pertencem à classe burguesa, estão bem, estão bem instalados, têm o seu vencimento, vão para fora e ganham ajudas de custo, são voluntários e os que estão reformados ainda não viram a sua reforma diminuída», justificou.

Mas a situação pode mudar, porque «a coisa começará a apertar no dia em que os militares perderem os seus direitos».

«Se isso acontecer», sublinhou, «é possível que se criem as tais condições necessárias para que haja um novo 25 de Abril».

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Santos & Pecadores - "Leva-me a Dançar"

Bom fim de semana

AQUI ESTÁ UMA BELA IDEIA E GOSTEI DO QUE OUVI NA SESSÃO

Município apresenta Hortas Urbanas em sessão pública
O Município de Beja está a desenhar um projecto para a criação de Hortas Urbanas. Ao cumprirem o objectivo da auto-subsistência por via de produtos hortícolas de qualidade, as Hortas Urbanas também vão ao encontro da meta para a eco-sustentabilidade.

Para apresentar as linhas mestras do projecto das Hortas Urbanas e recolher contributos dos munícipes, a Câmara de Beja promove uma sessão pública na próxima segunda-feira, 4 de Abril. A sessão realiza-se no Salão Nobre, a partir das 18h00.

A constituição e manutenção de espaços agrícolas integrados na estrutura ecológica urbana contribuem para o crescimento sustentável da cidade e para a promoção da sua qualidade ambiental. A introdução de vegetação no tecido urbano desempenha funções importantes ao bem-estar humano e saúde da população, nomeadamente na obtenção de situações mais confortáveis em termos climáticos e de qualidade do ar. Estes benefícios juntam-se aos mais diversos projectos desenvolvidos pelo Município de Beja para a criação de condições ambiciosas de eco-sustentabilidade, nomeadamente tornar Beja o primeiro Município Eco-sustentável do País.

Carlos Sá: Carlos Sá em entrevista

Carlos Sá: Carlos Sá em entrevista: "Num vídeo com o resumo da 3ª etapa, aos 4m40s aparece o nosso atleta onde afirma ter ficado cheio de bolhas. Não seria de estranhar ter real..."

terça-feira, 5 de abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Um Barcelense

Carlos Sá a caminho da Marathon des Sables
28 Mar 2011


O atleta Carlos Sá do Team ChaYmit/Amigos da Montanha participa numa das mais emblemáticas Ultra Maratonas do Mundo (Marathon des Sables), prova que se desenrola de 1 ao 11 de Abril e consiste percorrer 250km's em pleno deserto do Sahara em Marrocos.

Esta competição conta com 886 atletas de todo o Mundo, que durante 7 dias de prova testam os seus limites, enfrentando as temperaturas extremas, que durante o dia podem atingir os 50ºC e durante a noite os -7ºC. Os atletas têm que correr em média uma maratona por dia e numa das etapas 84km, enfrentar os répteis mais perigosos do planeta (escorpiões, cobras, aranhas, etc.), carregar às costas toda a logística que achem necessária para essa semana, (ex: comida, saco cama, roupa quente para enfrentar as temperaturas negativas da noite, kit de extracção de veneno, lanterna, fogão, cantina, etc.), fazer o percurso em orientação utilizando apenas uma bússola e um mapa correndo o risco de se perderem se fizerem uma má leitura do terreno.

Durante longos 7 dias não tomam banho, não trocam de roupa, comem sempre as mesmas coisas (barras energéticas, frutos secos e massas liofilizadas), racionam a água ao mínimo; por todo isto é considerada a prova de sobrevivência mais emblemática do Mundo, onde um número reduzido dos que partem tem capacidade física e psicológica para chegar ao fim.

Carlos Sá, sendo um dos melhores Ultra Maratonistas Mundiais da actualidade, encara este desafio com muito respeito não tendo qualquer previsão do que possa acontecer. Sendo a sua primeira participação numa prova por etapas, as condicionantes são tais que é impossível prever o quer que seja, no entanto está confiante num bom resultado. Acima de tudo, todos os atletas que conseguem finalizar esta prova são já vencedores.

Carlos Sá tem como objectivo ganhar experiência neste tipo de provas e no próximo ano voltar com uma equipa de grandes Ultra Maratonistas Portugueses, para lutar pelos três primeiros lugares, elevando assim o nome de Portugal num dos maiores palcos Mundiais da modalidade.

Podem seguir cada etapa através do blog oficial do Carlos Sá (carlossaultrarunner.blogspot.com)