quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

António Lobo Antunes: “Muitos daqueles rapazes continuam lá” A guerra em Angola é uma memória “dorida” para António Lobo Antunes mas o escritor afirma que foi em África que ganhou o “respeito” por si próprio. “Eu só comecei a ganhar o meu respeito em África. Porque tinha vergonha de mim”, afirmou António Lobo Antunes numa entrevista à Agência Lusa, em Paris, onde esteve para promover a tradução francesa do romance O Meu Nome é Legião. “Lembro-me vagamente de um discurso de Salazar. Julgo que, na altura, tomei por boa a explicação de uma revolta de bandidos e de canalhas que estavam fazendo coisas cruéis e horríveis em África e portanto o governo português mandava para lá uma força pacificadora, quase de polícia, para resolver o problema”, recorda hoje o escritor. “Acho que me portei bem em África”, afirmou Lobo Antunes, que combateu em Angola como jovem oficial do Exército português em 1971-72.

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