quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Comecei a ler um livro
mas perdi a coragem de continuar
fui adiando...
ontem retomei
as lagrimas não paravam...
(...)A mulher puxou o mais possível aquele bocadinho de carne com os seus dedos,e cortou-o como se estivesse a trinchar um naco de carne de zebu.Infelizmente,não conseguiu cortá-lo de uma só vez e foi então obrigada a serrá-lo.
Os berros que eu dei naquela altura ainda hoje me ecoam nos ouvidos .Chorei e gritei,desesperadamente.
-Vou fazer queixa ao meu pai,vou dizer tudo ao avo kisima!
kisima,kisima,kisima,vem cá,vem cá,elas estão a matar-me,vem buscar ,elas estão a matar-me,anda cá...Mamã!anda cá!Papá,papá ,onde estás,papá?
-eu precisava de lhes dizer qualquer coisa ,de gritar o meu protesto perante aquela tamanha injustiça.Fechei então os olhos -não quero ver;já não conseguia ver o que aquela mulher estava a fazer ,a mutilar o meu corpo.(...)

A violencia e a discriminação sobre as mulheres é a prática mais socialmente silenciada,culturalmente justificada e politicamente tolerada:é o direito a integridade física,o direito a saúde,o direito a educação e o direito a ter direitos que está em causa.

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